19 de maio de 2006

Buemba: o papel do Tridente é comestível

Tóxico ou não, acabo de mastigar um Trident de canela com papel e tudo. Alguém poderia confirmar isso, por favor? Será que esse negócio vicia?

Juro, pessoal. Meu pai chegou contando a novidade em casa e resolvi testar.

Batata para iniciantes

Atendendo a pedidos, a receita que vem hoje é para quem não tem muita intimidade com o fogão. Antes, porém, queria compartilhar com vocês, meu queridos leitores, duas experiências gastronônicas.

A primeira deu-se no Villa Borghese, casa italiana na 201 Sul, em Brasília. O restaurante, que coincidentemente pertence a uma de minhas ídolas, -- a estrela do horário das 13h na programação local da Rede TV, Ana Toscano, que ensina diariamente receitas rápidas e fáceis -- é honesto: preços razoáveis por comida de excelente qualidade.

Pedi um filet paillard (aberto, um pouco batido e bem cozido) com molho de funghi porcini (sou literalmente enlouquedida por cogumelos comestíveis) e tagliatelle na manteiga. Combinação simples e deliciosa. Não estou ganhando nada pela propaganda, mas por amizade a vocês diria que vale a pena. Dei uma espiada no picadinho (mas não experimentei) e também me pareceu bem promissor, especialemte por vir acompanhado de farofa, uma das melhores invenções do mundo. A outra experiência conto depois pois acaba de me bater uma enorme preguiça de escrever.

Vamos ao que interessa: purê de batata com casca e alho crocante. Ortodoxos, não torçam o nariz! Casca de batata é uma delícia e deixa o purê com uma textura diferente. O alho crocante finaliza atribuindo personalidade a uma das coisas mais triviais e simples do mundo. Ah, antes que eu me esqueça: a idéia foi tirada do livro com receitas da Mara Alcamin. O Sabor Universal foi editado pela Senac em Brasília e está à venda por aí. Não costumo seguir tudo ao pé da letra, mas vou passar pra vocês exatamente como estava no livro.

Ingredientes para uma pessoa

200g de batatas cozidas e espremidas (para quem não be, existe um utensílio que ajuda a fazer isso rapidinho: espremedor de batatas)
100ml de creme de leite fresco (não use o normal)
1 pitada de pimenta preta
40g de manteiga sem sal
alho frito e crocante a gosto
sal

Observação sobre o alho: eu cortei uns dentinhos em fatias e coloquei no freezer por alguns minutos. Depois joguei numa frigideira com azeite bem quente e deixei que ficassem coradas. Não exagerem no tempo se não ele fica meio preto e amargo.

Juntem tudo e pronto. Pode ser que seja necessário esquentar antes de servir. Segundo a Mara Alcamim, o ponto ideal é "firme". Se ela tá dizendo...

13 de maio de 2006

Risoto de manjericão e limão



A receita dá pra seis pessoas. E antes que alguém me ache uma mestre na cozinha, essa receita não é minha. Foi publicada na Revista Época e eu peguei com uma simples consulta no Google: "risoto de limão". Apesar da casualidade, ela é um sucesso. Foi publicada neste humilde blog para atender a inúmeros pedidos (!!). Fiz umas três vezes. Nas duas primeiras ficou excelente. Na última, eu coloquei limão demais e ficou meio esquisito. Por isso, a dica: provem à medida que forem colocando o limão e parem quando julgarem necessário. O sabor é bem diferente. Prometo que na próxima receita tentarei evitar o limão.

A propósito: andei comendo um delicioso creme de cebola. Alguém tem uma boa receita disso?

Bom apetite!

Ingredientes

1 l de caldo de legumes, de preferência feito em casa (alguém alguma vez já fez caldo de legumes em casa?? Gente, põe 1 tablete de caldo knorr num litro d’água mesmo que fica ótimo!)
125g de manteiga sem sal
1 cebola roxa, sem pele, picada
1 cabeça de alho picada
400 gramas de arroz arbório (aquele próprio para risoto. Compro a marca nacional Blueville. É ótima e sensivelmente mais barata que as italianas)
150ml de vinho branco seco (não pense em dispensar este ingrediente)
6 c. sopa de manjericão picado
suco e raspa da casca de 4 limões
100g de parmesão ralado (por favor, raspem o parmesão na hora. Esse negócio de comprar aqueles saquinhos de queijo já ralado vai contra os princípios da boa mesa)
5 c. sopa de mascarpone (esse queijo custa uma fortuna e é difícil de achar, pelo menos em Brasília. Se não tiver, vai sem mesmo)
sal e pimenta a gosto

Modo de preparo

Mantenha o caldo de legumes quente, quase fervendo Esquente o caldo de legumes e reserve. Em outra panela, refogue a cebola e o alho com metade da manteiga. Coloque o arroz e refogue por dois ou três minutos. Acrescente o vinho e deixe ferver, para reduzir bem. Vá despejando uma concha por vez de caldo de legumes, mexendo sempre para o arroz não grudar. Deixe sempre o arroz absorver o caldo antes de acrescentar mais. Cerca de 17 a 20 minutos (na verdade acho que demora bem mais...) depois, o arroz estará al dente, no ponto. Ponha na panela o manjericão, o suco e as raspas de limão, metade do parmesão e o mascarpone. Desligue o fogo e mexa, obtendo uma textura cremosa. Após montar os pratos, decore com manjericão e o restante do parmesão. Se não colocarem o mascarpone, vai ficar bom do mesmo jeito.

3 de maio de 2006

Papoula e Limão


Calma! Só usaremos a semente da papoula, gente! Assim, evitamos provocar qualquer barato. A única viagem da receita é o sabor. Ótimo. Bem azedinho - por causa das raspas de limão - e doce ao mesmo tempo. Não deixem de fazer a calda. Nesta receita, ela é indispensável. Perdoem a foto tosca, ainda estou começando. O pessoal lá de casa adorou a receita. Peguei da revista Moda Moldes da minha mãe. Bom apetite!

Ingredientes
2 xíc. de f. de trigo peneirada
1 xíc. de açúcar de confeiteiro
1 c. de chá de fermento
1 pitada de sal
1/4 xíc. de leite
4 ovos em temperatura ambiente
2 colheres de chá de essência de baunilha
1 xíc. de manteiga em temperatura ambiente
1/3 de xíc. de sementes de papoula
1 c. de sopa de casca de limão ralada (só a parte verde, hein!)

Calda
1/2 xic. de açúcar de confeiteiro
1/3 xíc. chá de suco de limão

Como fazer
Misture a farinha, o sal o fermento e e o açúcar. Reserve.
Neste meio-tempo, aproveite para untar a forma de bolo inglês (aquela que tem o formato de um pão de forma) com margarina e farinha, nesta ordem. Pré-aqueça o forno a 180º.
Junte os ovos, o leite e a baunilha e bata ligeiramente na batedeira. Separe metade desta mistura.
Junte uma das metades aos ingredientes secos e bata bem na batedeira. Depois, junte a outra metade e bata por mais uns 40s (acho que isso deve ser para deixar a massa bem fofinha).
No final, use um fouet ou uma colher grande para acrescentar as sementes de papoula e as raspas de limão.
Pronto! é só colocar na forma untada e levar ao forno. Demora de 35 a 40 min para ficar pronto. Usem o tradicional palitinho para verificar se a massa está cozida no centro.

A calda
Quando o bolo estiver quase pronto, junte os ingredientes da calda (açúcar e suco de limão) e coloque no fogo até o açúcar derreter. Depois, passe por cima do bolo recém-saído do forno. Espere uns cinco minutinhos, vire numa travessa (tenha muita calma nesta hora) e passe mais calda dos lados e em cima. Desvire novamente e pronto!
A galera comeu o bolo quente mesmo.

2 de maio de 2006

Tudo faz sentido


Olá pessoal!

Publicar receitas testadas e aprovadas foi uma ótima desculpa para a criação do Cem Sentidos. Nada melhor do que o paladar para nos atrair a um mundo de sensações. E reflexões também. Não achem que vamos parar pelo estômago por aqui! Para começar a exercitar (neste caso, o cérebro), segue um trecho do Hinmo a la celulitis, de Henrique Serna, citado no belíssimo Afrodite, de Isabel Allende:

Ó encanto da gorda
perna de robustez elefantina
que em gordura desborda!
Ó majestade divina
da coxa disfarçada de gelatina!
... Vivam as adiposas
adoradoras do esforço nulo,
que deixam as odiosas
fadigas para a mula
e comem tudo o que faz crescer sua bunda.

Não riam, pessoas! Para comer bem, é preciso deixar um pouco (também não vamos exagerar, né?) das neuras com a aparência. Afinal de contas, como diria minha mãe: "A gente morre e fica tudo aí, né?". Portanto, com um espírito aberto, comecemos.