19 de março de 2008

Cartola pernambucana

Estive em Pernambuco: lindo, quente, amistoso. E muito saboroso. Voltei com uma sacola só de comidinhas: alfinim, castanhas, doce de jaca, bananada, doce de leite, cachaça envelhecida em barril de carvalho e bolo de rolo. Pena que não deu pra trazer tudo. Ficaram apenas na lembrança a buchada de bode, a carne de sol, o coquetel de frutas nordestinas com cachaça, o peixe com molho de pitanga e o camarão regado à manga. Haja calorias!

Conversando com os nativos, descobri coisas interessantes: a comida vai ficando cada vez mais seca à medida que vamos avançando para o interior do estado – que, por sinal, é uma tripa fina e comprida de terra. Então, se no litoral a comida é bem molhada – como o camarão e o peixe com molho – no sertão a água vai escasseando e podemos experimentar a paçoca de carne de sol, a farinha e o feijão sem molho.

De todas as lembranças, a mais especial foi a cartola servida num restaurante caseiro em Gravatá, no sertão. Sem dúvida, a melhor sobremesa de todos os tempos. E muito simples, como a maior parte das boas coisas da vida: banana frita, queijo-manteiga grelhado na frigideira e muita canela e açúcar por cima. Divinal. Dá pra adaptar e usar queijo de coalho também.

Cartola
Corte uma banana no meio e frite com manteiga. Grelhe uma fatia generosa de queijo-manteiga, de forma que ele fique molinho por dentro e queimadinho por fora. Arrume num prato e polvilhe canela misturada com açúcar por cima. Dizem que acrescentar castanha moída também vale a pena. Coma de joelhos.

12 de março de 2008

Tomates com mascavo

Queridos leitores (vocês existem?),

Confesso que cansei. Tô precisando de um dia de bobeira, em frente ao mar, tomando uma água de coco e lendo um livro não-didático. Sim, algo sobre a vida, a morte, o cabelo de alguma atriz os as gordurinhas da mocinha-da-novela-das-8.

Nessas horas, lembro de comidas reconfortantes, e do que tempo em que eu apenas comia – e não precisava nem ler nem atender ao telefone ao mesmo tempo. E comida boa é tomate. Vermelho, suculento, cheio de licopenos e lembranças de tempos felizes.

Essa receitinha é fácil, fácil. Custo benefício 100%. Come-se com pão, sem nada, na massa, no assalto noturno à geladeira.

Tomates com mascavo

Tomates maduros – pode ser o italiano, o normal, o cereja
Açúcar mascavo
Vinagre balsâmico
Sal
Pimenta
Manjericão
Salsa
Castanha do pará, nozes ou qualquer coisa do gênero
Alho amassado

Corte os tomates em oito. Tempere com sal, pimenta, azeite de oliva, junte o alho amassado, o açúcar mascavo, e todos os outros ingredientes. Deixe no forno até a coisa ficar bem cozida e cheirando na casa. Coma quente, com uma amiga, antes de sair para a balada... Ou deixe esfriar e sirva como antepasto. Ou ponha sobre a massa já cozida. Gosto de salpicar parmesão torrado por cima também.