28 de fevereiro de 2009

Shimeji com saquê



Lojinha de comida é tudo. Lojinha de comida na companhia de sua melhor amiga de infância no dia do Ano Novo chinês é algo para ficar para a posteridade. Assim foi na minha última visita a São Paulo. Depois de quase dez anos sem uma oportunidade de estar a sós com uma das minhas melhores companhias da vida, passamos um fim de semana juntas em Sampa (ela trabalhando e eu batendo perna) e acabamos o passeio na comemoração do ano novo Chinês na Liberdade – paraíso das lojas de comida.

Pra variar, minha mala voltou cheia de coisinhas ótemas: shitakes, chá de jasmim, saquê e até gengibre. (na verdade, tive que botar tudo na mala de mão e virei motivo de chacota do carinha do Raio X do aeroporto...). Mas valeu a pena.

Fiquei enrolando pra testar a receita, mas ando inspirada para cozinhar ultimamente e, de fato, a combinação saiu melhor do que eu esperava. Não duvidem: o álcool, neste caso, faz toda a diferença:

Uma bandejinha de shimejis frescos
Um cálice de saquê
Três colheres generosas de manteiga sem sal
Shoyo
Cebolinha
Sal

Comece lavando os cogumelinhos e separando os gomos. Depois dê uma escorrida na água e coloque a manteiga pra derreter. Em seguida, cogumelinhos na panela. Cozinhe por uns oito minutos, acrescente o saquê e deixe mais uns três. Depois shoyo e acertar o sal. Eu não coloquei nenhum, porque esse molho já é bem salgado. No final, acrescente as cebolinhas. Se eu não me engano, também coloquei pimenta do reino moída na hora.

Comemos nossos cogumelitos com pão. No dia seguinte, o resto dos cogus virou a cerejinha do bolo de uma torta de legumes.

26 de fevereiro de 2009

Beringela – Da cuca para o papel


Caríssimos leitores. Sempre duvidei que vocês existissem, mas meu ceticismo não é suficiente para me fazer desistir de compartilhar receitas, ainda que seja com ninguém. Portanto, o assunto de hoje é o mistério das receitas inexistentes formalmente, mas existentes nas panelas – e no estômago. Algo como o direito costumeiro ou os acordos de cavalheiros que funcionam na prática mas que nunca serão positivados.

Pois bem. Uma dessas é a de uma pasta de beringela que fiz ano passado lá em casa, numa festinha para os amigos, que incluiu um caldo verde, pastinha de tomate e outras cositas mais, que só quem tava lá teve a oportunidade de experimentar. A tal pasta é derivada de uma receita compartilhada comigo por uma das minhas roomies queridas, o Pacote. Originalmente, ela levava alho, tomate e alguma outra coisa que não me lembro. Já a minha versão ficou sem tomate e ganhou uma coisa que eu amo demais: gergelim torrado. Então, o que só existia na minha cuca, agora está no papel, devidamente conservada para a posteridade:

Duas beringelas médias assadas no forno (limpas e com casas. A gente põe no forno e deixa lá, até elas ficarem bem murchinhas e moles)
Uns três dentes de alho
Gergelim torrado
Pimenta do reino
Azeite, do bom

Então. Depois que as beringelas estiverem desse jeito horroroso que eu descrevi, tire do forno, abra a casca com uma faca e raspe bem a polpa da beringela, já direto para o liquidificador. Depois, coloque o gergelim torrado (eu compro o cru e torro, com cuidado, na frigideira), os dentinhos de alho, o azeite e as pimentas. Bata tudo com muito azeite. O ideal é comer com pão sírio ou pita.