
Depois de um longo tempo longe daqui, apareci pra falar de comida, mas não vou dar nenhuma receita. Não que eu não tenha realizado, nos últimos tempos, bons e maus experimentos culinários (um bom foi um filé à moda tailandesa, delícia. Um ruim, por exemplo, foi o meu espaguete ao pesto, horroso).
O lance é que, por conta de uma obrigação burocrática, fui a um lugar inusitado hoje, que me deu vontade de escrever. Pasmem, não foi um restaurante chique de Brasília, ou uma casa de hambúrgueres da moda. Foi a Rodoviária do Plano Piloto, esse lugar mal cuidado e lotado de gente e de poluição.
Mas, felizmente, nem tudo é feio por lá. Na rodoviária tem comida, muita. Lá na rodoviária tem doces, vários – daqueles que o pessoal distribui em dia de São Cosme e Damião, em festas juninas e afins. Tem também fotógrafo lambe-lambe, engraxate, policial militar e lojas de “novidades” – isso mesmo, aquelas lojas que vendem tudo e não vendem nada ao mesmo tempo. Lá na rodoviária tem cheiro de povo, tem gente na rua, tem vida e tem Brasil.
Tem também pastel – da Viçosa – servido com caldo de cana: verdadeira tradição de Brasília e verdadeira síntese da alma do brasileiro (to querendo dar uma de Lula agora): cana, queijo, uma massa bem gostosa frita no óleo de soja. Olha quantas commodities só nessa receita! Não deu tempo de comer o pastel, mas fiquei com água na boca. E, se comesse, faria uma das minhas coisas prediletas da infância: pingaria umas gotinhas de limão no meu caldo, pra deixar tudo mais equilibrado.
Sei que não tem a ver com o tema do blog, mas... Lá também tem revistas, muitas. Só não as desse mês. E olha que ótimo, elas custam bem mais barato: quem jamais pensou em pagar R$ 4,50 por uma Marie Claire?
Inté mais ver.
Ah, para quem ficou curioso sobre a foto, olha aí: http://www.paroutudo.com/coberturas/20090218/