31 de janeiro de 2012

O que o Dona Benta não tem

O livro Dona Benta - Comer Bem é o máximo. Não é à toa que a publicação é sucesso desde 1940, com 74 edições e mais de um milhão de livros vendidos até hoje. Tem de tudo: pratos típicos da culinária brasileira, internacional, dicas de como montar cardápios e até instruções de como abater um peru para fins gastronômicos. Isso mesmo. A última edição do livro resgatou conteúdo de edições antigas e, a titulo de curiosidade, eles incluíram coisas bizarras como essa. É legal.

Mas, apesar de ter muita coisa – e de ser enorrrrme -, o livro da Dona Benta não tem receita de bolo de cenoura. Supreendentemente, um dos maiores clássicos da nossa cozinha ficou de fora.


Então aí vai a minha (humilde) contribuição para o cânon da gastronomia brasileira:

Bata no liquidificador:

3 ovos
1 xícara de óleo de soja, girasol ou canola
3 cenouras sem casca picadas

Bater tudo até que a cenoura esteja bem triturada.

Transferir a massa para uma tigela e adicionar:

2 xícaras de açúcar
3 xícaras de farinha de trigo peneirada

Mistrurar bem e no final acrescentar 1 colher de sopa de fermento em pó

Assar em forno médio por 35-45 minutos.

Passar uma calda de chocolate em cima (eu gusto quando é tipo o brigadeiro mole) e comer.

2 comentários:

Roy Luria disse...

Que alegria saber de sua contribuição e de seu "retorno" ao Cem Sentidos, pois meu bolo favorito é o de cenoura com calda de chocolate. Acertou em tudo, Laís! Beijão com saudades, Rui

Walter Guimaraes disse...

Lálá, saudades de ti... Como incentivo para que o Cem Sentidos mantenha uma periodicidade maior do que a anual, vou mandar alguns comentários bibliográficos sobre a temática. Pode ser??

Começo hoje com uma obra prima da literatura gourmand, um pequeno, quase minúsculo, livro do pensador Jean- François Revel, infelizmente falecido há quase 6 anos: Um Banquete de Palavras

Infelizmente a edição em português está esgotada há muitos anos, mas para os apaixonados no tema, aconselho uma busca nos sebos.

Revel aproveitava as férias para fazer viagens gastronômicas, em todos os sentidos. Buscava conhecer as culturas dos pratos e ingredientes e principalmente a história do paladar. Passou tudo para este único livro de comida que escreveu, mas como os filosóficos, talvez até um pouco mais, de forma agradável para o leitor, uma forma quase "degustável de ler".

O francês passeia pelos banquetes da Renascença e das mais tradicionais cozinhas, além de fatos da Antiguidade. Questiona a tentativa de preparo nos dias atuais de banquetes descritos em livros histórico. "É de temer que este gothic revival culinário não valesse os originai, apesar de uma fidelidade original".

Também passeia pelas cortes francesas e italianas. "Luíses" e "Médicis" estão bem presentes.

Sem dúvida um pequeno e delicioso banquete de palavras... Pena que é preciso quase de técnicas de investigação para encontrá-lo. Meu exemplar, na minha frente neste momento, ainda tem a etiqueta da livraria, com R$ 29,00 escrito à caneta

Título original: Un festin des paroles: histoire littéraire de la sensibilité gastronomique de l'Antiquité a nos jours.

Para quem domina a língua mãe do autor, achei na Fnac francesa: http://livre.fnac.com/a1958476/Jean-Francois-Revel-Festin-en-paroles

Até a próxima...

Beijo,
Walter