28 de abril de 2009

Thyme is on my side


Ervinhas e temperos são o segredo do sabor. Sim, porque as comidas deixam de ser triviais e passam a ser especiais quando há aquele toque de incomum que nem sempre sabemos identificar de onde vem. O post de hoje tem um desses trunfos: tomilho. Eu sei que ninguém dá muita bola pra ele nas receitas. Não e muito fácil de encontrar no mercado, nem sempre sabemos identificar quem é na prateleira, essas coisas. Mas o fato é que, apesar das dificuldades (feira do bairro, mercado, chuva torrencial etc) o risoto do domingão se beneficiou do tomilho. E como.

Ingredientes:

400g de arroz arbóreo
Uma cebola grande
1l de caldo de legumes fervendo
Manteiga sem sal
Tomilho fresco (se não achar, usa o seco mesmo)
Duas cabeças de alho assadas inteiras no forno, por aproximadamente meia hora - depois desse tempo tire do forno e descasque os dentinhos
250g de amêndoas e 1,5 pão francês em migalhas - os dois ingredientes torrados juntos no azeite
Um pote de cream cheese

O básico do risoto é sempre o mesmo, portanto não irei me deter muito nesse ponto. Se não sabe nem o básico, dá uma olhada nesse post:

http://semcentidos.blogspot.com/2006_05_07_archive.html

Siga tudo isso e pare antes de chegar no limão.

Quando estiver quase pronto, acrescente os alhos inteiros, o tomilho. Continue mexendo e acrescentando o caldo fervente. Para finalizar, ponha a manteiga – eu usei dois supernacos sem sal – acerte a pimenta do reino, o parmesão ralado na hora e desligue o forno.

Na hora de servir, o toque final está na misturinha do pão torrado com amêndoas e no mascarpone. Como sempre, não encontrei esse último no mercado do bairro, então fui de Philadelphia Cream Cheese. Ponha o risoto, uma colherada generosa de cream cheese e, por cima, a farofinha de amêndoas com pão. Nice.

Foto da Fe Velloso.

25 de abril de 2009

Bolo de castanha


Esse bolito foi feito num dia em família. Tava meio dodói e resolvi ir pra cozinha pra ver se espantava a febre e o cansaço. Não deu muito certo, continuei meio muzambuja. O bolo, no entanto, ficou gostosinho.

As fotos são da Fê, que resolveu passar o dia em família comigo. O grande salvador da receita foi meu pai, que deu a idéia de rechear com Nutella. Ruim não poderia ter ficado. Em vez de usar farinha, usei uma mistura sem glúten da minha mãe, que não pode comer esse ingrediente.

Anotem aí:

5 gemas
5 claras em neve
200 gr de açúcar
250 gr de nozes moídas (usei castanhas do pará)
15 gr de farinha de trigo
10 gr de fermento em pó.

Preparo:
- Bata as gemas com o açúcar. Junte as nozes moídas, a farinha e o fermento. Misture e junte também as claras em neve.
- Coloque em duas formas redondas untadas e asse por aproximadamente 20 minutos.

Recheie com nutella.

Docinho indiano


Se você estiver passando pela Índia, traga um docinho pra mim. É de Ghee, manteiga clarificada, que dizem fazer um bem danado pra saúde. Se é saudável eu não sei, mas que é bom, isso é. O que eu experimentei se chama Soan Papdi (Premium), da marca Haldiram's.

Leva açúcar, ghee, farinha de trigo, Gram Flour, amêndoas e pistache, além de sementes de pepino e cardamomo. Bom, muito bom.

7 de abril de 2009

Clarice e os sentidos


Clarice Lispector é uma das gratas surpresas da maturidade pra mim. E, assim como a tarefa de descobrir e desenvolver os sentidos, a tarefa de entendê-la requer tempo e dedicação; atenção. Um dia eu chego lá. Por enquanto, um trecho de Água Viva. Mistura tudo que eu gosto: dama da noite, música, tempo e a busca pela essência.

“Agora é um instante. Você sente? eu sinto. O ar é it e não tem perfume. Também gosto. Mas gosto de dama da noite, almiscarada, porque sua doçura é uma entrega à lua. Já comi geléia de rosas pequenas e escarlates: seu gosto nos benze ao mesmo tempo que nos acomete. Como reproduzir em palavras o gosto? O gosto é uno e as palavras muitas. Quanto à música, depois de tocada, pra onde ela vai? Música só tem de concreto o instrumento. Bem atrás do pensamento tenho um fundo musical. Mas ainda atrás há o coração batendo. Assim o mais profundo pensamento é um coração batendo”.

Perfeito para ler na companhia de um Haagen Dazs de chocolate belga.