14 de novembro de 2006

Espaguete com tomatinho cereja e verdes


(Ia escrever delicioso no título, mas se não fosse eu não colocaria no blog, né?)

Entre estudar sobre as constituições brasileiras e assistir a programas interessantes em canais de televisão estrangeiros, fico com a segunda opção, se pudesse optar. Mas, como não posso, meus momentos em frente à telinha tem que ser sempre muito bem aproveitados. Um exemplo desse uso racional da televisão é a receita que eu passarei a vocês, meus queridos leitores. Foi vista por essa que vos fala num canal de TV francês, que eu não sei o nome, feito por um chefe francês que eu desconheço a procedência e provado pela versão francesa da Ana Maria Braga que eu nunca tinha ouvido falar na minha vida. Apesar da inconsistência das informações, resolvi testar. E, com toda sinceridade, é muito boa.

Vou tentar explicar. O segredo do sucesso está na combinação do suco de tomate cereja italiano (aquele compridinho e pequeno) e mais um montão de manjericão, salsa, pimenta calabresa, alho e azeite, muito azeite. Ah, tem também um aceto balsâmico, que eu não sei pra que que serve na receita, mas que garanto: não deve ser dispensado. De acordo com o chefe que tava testando, é essencial para liberar os sabores do tomate (!). Ele resumiu essa combinação como “gosto de verão”. Como não sou dada a arroubos sentimentais, não resumo, como mesmo e pronto. E foi isso que eu fiz. Aproveitei que tinha uma galera aqui em casa e preparei a receita na companhia de pessoas muito especiais.

Acredito que tenha pego todos os ingredientes, porque ao contrário dos programas brasileiros, os franceses não costumam mostrar aquelas receitinhas na tela. Vão colocando tudo na frigideira e a gente vai tentando acompanhar. Soma-se a isso o fato de o meu francês estar para lá de enferrujado e os nomes de ervas e temperos ser um tanto bizarro em todas as línguas, inclusive na nossa.

Mas, vamos lá:

Um caixa de espaguete cozido al dente
(Não entendo de números de espaguetes, mas acho que usei o 3 da Barilla)
Duas caixas de tomatinho cereja italiano
Meio maço de manjericão picado grosseiramente
1/3 de maço de salsinha picada
Um pouco (acho que uma colher de sobremesa) de pimenta calabresa
Uma cabeça de alho cortada em fatias finas
(o bafo vale a pena)
Azeite
Aceto balsamico
Sal
Pimenta do reino

Antes de tudo, coloque a água do macarrão pra ferver. O ideal é que molho e massa fiquem prontos ao mesmo tempo. Depois, lave bem os tomates (sem furar) e coloque numa forma. Coloque no forno pré-aquecido por uns 15 minutos, até ficarem macios e a pele começar a se romper.

Prepare o molho:
Numa panela ou numa frigideira grandona aqueça o azeite, frite o alho e a pimenta calabresa. Coloque os tomates e deixe o molho acontecer. Hehe. Rapidinho o tomate vai começar a soltar um caldo e se vc achar necessário, coloque água. Tempere com sal, pimenta do reino. Quando estiver no ponto, coloque o manjericão e a salsa. Depois derrame o macarrão na panela ou vice-versa.
(Eu acabei derramando boa parte no chão da cozinha).

Beijos para todas e bom feriado!

12 de setembro de 2006

Bolo de chocolate para um lanchinho gostoso


Tá bom, galera. Eu admito. Tem séculos que não passo por aqui. Tem séculos que nem mesmo penso no meu querido-blog-querido. A minha vida está uma correria, estou tendo pesadelos com freqüência e meus amigos não me agüentam mais ouvir falar sobre o mesmo assunto. Enfim, apesar de tudo isso, não deixei de comer. Continuo me alimentando, e bem. A freqüência de ingestão de saladas (que para alguns já era um tanto exagerada) deve ter praticamente triplicado. Em compensação, nada de queijo. Nada de leite. Nada de chocolate (oficialmente). Meu corpo não admite mais esse tipo de luxo. O negócio é ser cada vez mais vegetal (ou seria vegetativo?!).

Enfim,pessoal. Devido a certas restrições alimentares que acometem a minha pessoa -- e atendendo a pedidos para publicar uma sugestão para o lanche-- postovos-lhe (gostaram, né? Voltei a estudar gramática.) uma receita, deliciosa, de bolo de chocolate. Sem leite.

Na verdade era já velha conhecida, uma vez ser a vedete do livro de receitas da minha queridíssima Lu. Mas outro dia a cozinharam para mim numa deliciosa tarde de domingo e resolvi publicá-la aqui. Não se esqueçam que o ingrediente mais importante é o amor!

Bjs para todos e, por favor, no more posts nojentos no meu blog, Tourinho!

1 xícara de Nescau
2 xícaras de farinha de trigo
1/2 xícara de óleo
1 xícara de água fervendo
1 xícara de açúcar
2 ovos
1 colher de sopa de fermento

É fácil. Nem precisa de batedeira. E só misturar os secos e depois juntar os molhados (não, não é a banda do Ney Matogrosso).´POnha o fermento depois de tudo e não bata muito. Mexa e coloque para assar em forma untada e polvilhada com farinha.

Vale uma calda de chocolate. Eu sempre faço uma com Nescau, açúcar, manteiga e água (ou leite para quem puder). Vai sem medidas mesmo, na fé.

3 de julho de 2006

Frango au curry e chutney de manga



Fácil, rápido e ligth. Dizem que afrodisíaco também...

Não sou muito de economizar calorias. Mas esse prato é muito bom para quem quer comer bem sem ter que se preocupar em prestar contas com a consciência (e com a balança) depois de uma bela refeição. Roubei a idéia daquele blog de sempre, Kafka na Praia. Ele pode ser servido com arroz branco, já que concentra muito sabor. A última vez que fiz completei(amos) o menu com aquele purê de batata com casca e algo. Enfim, ficou ótimo. Acho que essa receita economiza no curry e no chutney. Dá para colocar bem mais do que o especificado. Mas,claro, vale sempre aquele clichê do "à gosto".

Ah, o chutney comprei em Penedo, no Rio, uma colônia islandesa onde são vendidas muitas comidinhas boas de inverno: biscoitos aromatizados com canela e cravo, chocolate, fondue, vinhos, trutas. Não sei onde vocês podem encontrar o ingrediente em Brasília, mas não deve ser difícil. Se não for possível achar, vale sem ele mesmo.

Beijos!

Para quatro pessoas:

1 kg de filezinho sassami
2 c. sopa de curry
2 dente de alho picado
1 cebola picadinha
1 pedaço pequeno de gengibre picadinho
2 tomates grande sem pele e sem sementes picado
1/4 de cubo de caldo de galinha dissolvido em 1/4 x. de água (coloque mais caldo se preferir mais salgado, mas lembre-se de que a carne de frango foi temperada)
2 c. sopa de óleo
um pouco de sal
1 c. chá de chutney de manga
1/2 copo de iogurte natural

Como fazer:
- Tempere a carne com metade do curry e um pouco de sal.
- Aqueça o óleo em uma panela e doure os pedaços de frango dos dois lados. Adicione a cebola e o alho, misture com cuidado. Adicione o gengibre, o tomate, o chutney, o resto do curry e o caldo de galinha. Misture e deixe cozinhar em fogo baixo com a panela tampada por cerca de 20-30 minutos ou até que a carne fique macia. Coloque algumas colheradas do iogurte sobre o curry e sirva com arroz.

2 de junho de 2006

Inédito: receitas alheias (e muito boas)


Pessoal!

Estou muito contente em apresentar a vocês a primeira participação especial do meu blog. O Leonardo Meireles, colega de profissão e, assim como eu, amante da boa mesa, se empolgou com o jeito simples e direto do Sem Centidos e resolveu postar uma receita de frango que me pareceu deliciosa. E fácil!

Sintam-se convidados para fazer o mesmo! Só temos uma condição para publicar receitas aqui: que vocês mesmos tenham feito. E que ela tenha ficado comível, claro!

Beijos para todos e obrigada, Leozinho!


"Aqui vai minha receita com uma pequena historinha de como a consegui. Um dia estava voltando de uma caminhada, de férias, sem nada para fazer e lembrei que minha querida amiga Priscila Borges havia me ensinado uma receita de um frango. Que por sua vez tinha aprendido com a sogra dela. Era mais fácil de fazer do que gol na defesa do Botafogo. Até um cunhado menor de idade que a Priscila tem conseguiu colocar em prática. Ou seja, o prato ideal para minha primeira inserção culinária. Liguei para ela, decorei os ingredientes e as instruções. Só tive o trabalho de passar no supermercado antes de ir para casa tentar a guloseima. Da primeira vez foi elogiado e não parei mais de fazer. Além disso, me deu coragem para tentar outras travessuras na cozinha...

Ingredientes
- Um pacote de sassami, também conhecido como filezinho de frango. Geralmente o pacote não chega a pesar um quilo. Dá tranquilamente para umas quatro pessoas
- Dois pacotes de creme de cebola
- Dois vidros de requeijão
- 300g de mussarela fatiada (pode ser um pouco menos, mas é que eu adoro queijo...)
- Uma caixinha de creme de leite (é melhor ser caixinha do que latinha)
- Azeite

Instruções
- Unte uma daquelas travessas de vidro com o azeite
- Separadamente, passe os filezinhos de frango no creme de cebola, como se fosse à milanesa
- Coloque os filezinhos na travessa
- Com uma colher, jogue o requeijão (um pote) sobre os filezinhos
- Cubra com queijo e depois, com a ajuda de um garfo, fure o queijo e o frango- Repita a operação com mais uma camada de filezinho no creme de cebola/requeijão/queijo
- Mais uma vez, fure o queijo e o filezinho
- Por cima de tudo, jogue o creme de leite todo
- Depois, é só deixar dentro do forno já quente por uns 50 minutos (o tempo varia e é bom dar uma experimentada no frango de vez em quando)

Note que é não preciso cozinhar o frango antes e nem temperá-lo. É fácil de aprender, razoavelmente rápido, calórico e muito gostoso."

19 de maio de 2006

Buemba: o papel do Tridente é comestível

Tóxico ou não, acabo de mastigar um Trident de canela com papel e tudo. Alguém poderia confirmar isso, por favor? Será que esse negócio vicia?

Juro, pessoal. Meu pai chegou contando a novidade em casa e resolvi testar.

Batata para iniciantes

Atendendo a pedidos, a receita que vem hoje é para quem não tem muita intimidade com o fogão. Antes, porém, queria compartilhar com vocês, meu queridos leitores, duas experiências gastronônicas.

A primeira deu-se no Villa Borghese, casa italiana na 201 Sul, em Brasília. O restaurante, que coincidentemente pertence a uma de minhas ídolas, -- a estrela do horário das 13h na programação local da Rede TV, Ana Toscano, que ensina diariamente receitas rápidas e fáceis -- é honesto: preços razoáveis por comida de excelente qualidade.

Pedi um filet paillard (aberto, um pouco batido e bem cozido) com molho de funghi porcini (sou literalmente enlouquedida por cogumelos comestíveis) e tagliatelle na manteiga. Combinação simples e deliciosa. Não estou ganhando nada pela propaganda, mas por amizade a vocês diria que vale a pena. Dei uma espiada no picadinho (mas não experimentei) e também me pareceu bem promissor, especialemte por vir acompanhado de farofa, uma das melhores invenções do mundo. A outra experiência conto depois pois acaba de me bater uma enorme preguiça de escrever.

Vamos ao que interessa: purê de batata com casca e alho crocante. Ortodoxos, não torçam o nariz! Casca de batata é uma delícia e deixa o purê com uma textura diferente. O alho crocante finaliza atribuindo personalidade a uma das coisas mais triviais e simples do mundo. Ah, antes que eu me esqueça: a idéia foi tirada do livro com receitas da Mara Alcamin. O Sabor Universal foi editado pela Senac em Brasília e está à venda por aí. Não costumo seguir tudo ao pé da letra, mas vou passar pra vocês exatamente como estava no livro.

Ingredientes para uma pessoa

200g de batatas cozidas e espremidas (para quem não be, existe um utensílio que ajuda a fazer isso rapidinho: espremedor de batatas)
100ml de creme de leite fresco (não use o normal)
1 pitada de pimenta preta
40g de manteiga sem sal
alho frito e crocante a gosto
sal

Observação sobre o alho: eu cortei uns dentinhos em fatias e coloquei no freezer por alguns minutos. Depois joguei numa frigideira com azeite bem quente e deixei que ficassem coradas. Não exagerem no tempo se não ele fica meio preto e amargo.

Juntem tudo e pronto. Pode ser que seja necessário esquentar antes de servir. Segundo a Mara Alcamim, o ponto ideal é "firme". Se ela tá dizendo...

13 de maio de 2006

Risoto de manjericão e limão



A receita dá pra seis pessoas. E antes que alguém me ache uma mestre na cozinha, essa receita não é minha. Foi publicada na Revista Época e eu peguei com uma simples consulta no Google: "risoto de limão". Apesar da casualidade, ela é um sucesso. Foi publicada neste humilde blog para atender a inúmeros pedidos (!!). Fiz umas três vezes. Nas duas primeiras ficou excelente. Na última, eu coloquei limão demais e ficou meio esquisito. Por isso, a dica: provem à medida que forem colocando o limão e parem quando julgarem necessário. O sabor é bem diferente. Prometo que na próxima receita tentarei evitar o limão.

A propósito: andei comendo um delicioso creme de cebola. Alguém tem uma boa receita disso?

Bom apetite!

Ingredientes

1 l de caldo de legumes, de preferência feito em casa (alguém alguma vez já fez caldo de legumes em casa?? Gente, põe 1 tablete de caldo knorr num litro d’água mesmo que fica ótimo!)
125g de manteiga sem sal
1 cebola roxa, sem pele, picada
1 cabeça de alho picada
400 gramas de arroz arbório (aquele próprio para risoto. Compro a marca nacional Blueville. É ótima e sensivelmente mais barata que as italianas)
150ml de vinho branco seco (não pense em dispensar este ingrediente)
6 c. sopa de manjericão picado
suco e raspa da casca de 4 limões
100g de parmesão ralado (por favor, raspem o parmesão na hora. Esse negócio de comprar aqueles saquinhos de queijo já ralado vai contra os princípios da boa mesa)
5 c. sopa de mascarpone (esse queijo custa uma fortuna e é difícil de achar, pelo menos em Brasília. Se não tiver, vai sem mesmo)
sal e pimenta a gosto

Modo de preparo

Mantenha o caldo de legumes quente, quase fervendo Esquente o caldo de legumes e reserve. Em outra panela, refogue a cebola e o alho com metade da manteiga. Coloque o arroz e refogue por dois ou três minutos. Acrescente o vinho e deixe ferver, para reduzir bem. Vá despejando uma concha por vez de caldo de legumes, mexendo sempre para o arroz não grudar. Deixe sempre o arroz absorver o caldo antes de acrescentar mais. Cerca de 17 a 20 minutos (na verdade acho que demora bem mais...) depois, o arroz estará al dente, no ponto. Ponha na panela o manjericão, o suco e as raspas de limão, metade do parmesão e o mascarpone. Desligue o fogo e mexa, obtendo uma textura cremosa. Após montar os pratos, decore com manjericão e o restante do parmesão. Se não colocarem o mascarpone, vai ficar bom do mesmo jeito.

3 de maio de 2006

Papoula e Limão


Calma! Só usaremos a semente da papoula, gente! Assim, evitamos provocar qualquer barato. A única viagem da receita é o sabor. Ótimo. Bem azedinho - por causa das raspas de limão - e doce ao mesmo tempo. Não deixem de fazer a calda. Nesta receita, ela é indispensável. Perdoem a foto tosca, ainda estou começando. O pessoal lá de casa adorou a receita. Peguei da revista Moda Moldes da minha mãe. Bom apetite!

Ingredientes
2 xíc. de f. de trigo peneirada
1 xíc. de açúcar de confeiteiro
1 c. de chá de fermento
1 pitada de sal
1/4 xíc. de leite
4 ovos em temperatura ambiente
2 colheres de chá de essência de baunilha
1 xíc. de manteiga em temperatura ambiente
1/3 de xíc. de sementes de papoula
1 c. de sopa de casca de limão ralada (só a parte verde, hein!)

Calda
1/2 xic. de açúcar de confeiteiro
1/3 xíc. chá de suco de limão

Como fazer
Misture a farinha, o sal o fermento e e o açúcar. Reserve.
Neste meio-tempo, aproveite para untar a forma de bolo inglês (aquela que tem o formato de um pão de forma) com margarina e farinha, nesta ordem. Pré-aqueça o forno a 180º.
Junte os ovos, o leite e a baunilha e bata ligeiramente na batedeira. Separe metade desta mistura.
Junte uma das metades aos ingredientes secos e bata bem na batedeira. Depois, junte a outra metade e bata por mais uns 40s (acho que isso deve ser para deixar a massa bem fofinha).
No final, use um fouet ou uma colher grande para acrescentar as sementes de papoula e as raspas de limão.
Pronto! é só colocar na forma untada e levar ao forno. Demora de 35 a 40 min para ficar pronto. Usem o tradicional palitinho para verificar se a massa está cozida no centro.

A calda
Quando o bolo estiver quase pronto, junte os ingredientes da calda (açúcar e suco de limão) e coloque no fogo até o açúcar derreter. Depois, passe por cima do bolo recém-saído do forno. Espere uns cinco minutinhos, vire numa travessa (tenha muita calma nesta hora) e passe mais calda dos lados e em cima. Desvire novamente e pronto!
A galera comeu o bolo quente mesmo.

2 de maio de 2006

Tudo faz sentido


Olá pessoal!

Publicar receitas testadas e aprovadas foi uma ótima desculpa para a criação do Cem Sentidos. Nada melhor do que o paladar para nos atrair a um mundo de sensações. E reflexões também. Não achem que vamos parar pelo estômago por aqui! Para começar a exercitar (neste caso, o cérebro), segue um trecho do Hinmo a la celulitis, de Henrique Serna, citado no belíssimo Afrodite, de Isabel Allende:

Ó encanto da gorda
perna de robustez elefantina
que em gordura desborda!
Ó majestade divina
da coxa disfarçada de gelatina!
... Vivam as adiposas
adoradoras do esforço nulo,
que deixam as odiosas
fadigas para a mula
e comem tudo o que faz crescer sua bunda.

Não riam, pessoas! Para comer bem, é preciso deixar um pouco (também não vamos exagerar, né?) das neuras com a aparência. Afinal de contas, como diria minha mãe: "A gente morre e fica tudo aí, né?". Portanto, com um espírito aberto, comecemos.